Última atualização: 02-02-2025 09:10

A atriz Jacqueline Sato representa a mudança cultural que o Brasil está experimentando. Natural de Guarulhos, Jacqueline possui 50% de sua ascendência ligada à Ásia, como aponta uma análise genética realizada pela empresa americana Family Tree DNA. Atualmente, ela se destaca como uma importante defensora da diversidade, com foco na cultura asiática.

Por meio de sua carreira e de seus projetos, Jacqueline contribui para a reinterpretação das narrativas sobre descendentes asiáticos no Brasil. Um marco significativo nessa busca por representatividade foi o programa “Mulheres Asiáticas”, que foi exibido pelo E! Entertainment e está disponível na plataforma Universal+. Esta produção destaca as experiências e contribuições de mulheres com ascendência asiática em diversas áreas.

Em uma declaração exclusiva ao portal LeoDias, a atriz esclareceu que o propósito da iniciativa foi claro: “As pessoas de origem asiática frequentemente foram retratadas de maneira superficial, limitadas a estereótipos que não refletem nossa realidade. Quando a mídia audiovisual não nos representa, isso nos apaga da narrativa, afetando a percepção que a sociedade tem de nós e até mesmo como nos enxergamos”, afirmou Jacqueline, que vê a representatividade como fundamental para abrir novos espaços.

Na novela “Volta Por Cima”, transmitida pela TV Globo, Jacqueline dá vida a Yuki, uma personagem que representa um avanço importante na representação de personagens racializados. Para ela, Yuki transcende estereótipos e explorações simplificadas sobre sua origem. “Yuki é uma personagem complexa, com uma identidade bem construída na trama. Ela proporciona a pessoas asiático-brasileiras a oportunidade de se sentirem representadas e criarem identificação. Quando uma produção respeita a diversidade de suas histórias e personagens, não se limita a incluir rostos diferentes, mas valoriza a profundidade e a importância de suas narrativas. Isso transforma a abordagem, pois não é apenas uma questão de ‘colocar um asiático em cena’; é fundamental oferecer uma boa história para que essa pessoa possa vivenciar”, comentou a atriz.

As mudanças na representação vão muito além da tela, especialmente diante de ondas globais como K-pop, animes e longas-metragens como “Parasita”. Entretanto, Jacqueline enfatiza que essa luta também é sobre identidade: “Houve um período em que me afastei de tudo que tivesse relação com o que considerava ‘asiático’, tentando evitar que minha identidade fosse limitada e buscando pertencer ao lugar onde nasci. Demorou um tempo até eu perceber que a falha não estava em mim, mas sim na sociedade como um todo”, relatou.

A transformação cultural reflete uma sociedade que gradativamente se abre para narrativas mais variadas, uma evolução que Jacqueline vê como uma oportunidade para a indústria do entretenimento, especialmente em um momento em que histórias que celebram a diversidade se tornam bem-sucedidas. Hoje em dia, a atriz é uma das vozes que proclamam um Brasil mais inclusivo, abrindo portas para que novas narrativas possam ser contadas.

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Redação

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