Por meio de sua carreira e de seus projetos, Jacqueline contribui para a reinterpretação das narrativas sobre descendentes asiáticos no Brasil. Um marco significativo nessa busca por representatividade foi o programa “Mulheres Asiáticas”, que foi exibido pelo E! Entertainment e está disponível na plataforma Universal+. Esta produção destaca as experiências e contribuições de mulheres com ascendência asiática em diversas áreas.
Em uma declaração exclusiva ao portal LeoDias, a atriz esclareceu que o propósito da iniciativa foi claro: “As pessoas de origem asiática frequentemente foram retratadas de maneira superficial, limitadas a estereótipos que não refletem nossa realidade. Quando a mídia audiovisual não nos representa, isso nos apaga da narrativa, afetando a percepção que a sociedade tem de nós e até mesmo como nos enxergamos”, afirmou Jacqueline, que vê a representatividade como fundamental para abrir novos espaços.
Na novela “Volta Por Cima”, transmitida pela TV Globo, Jacqueline dá vida a Yuki, uma personagem que representa um avanço importante na representação de personagens racializados. Para ela, Yuki transcende estereótipos e explorações simplificadas sobre sua origem. “Yuki é uma personagem complexa, com uma identidade bem construída na trama. Ela proporciona a pessoas asiático-brasileiras a oportunidade de se sentirem representadas e criarem identificação. Quando uma produção respeita a diversidade de suas histórias e personagens, não se limita a incluir rostos diferentes, mas valoriza a profundidade e a importância de suas narrativas. Isso transforma a abordagem, pois não é apenas uma questão de ‘colocar um asiático em cena’; é fundamental oferecer uma boa história para que essa pessoa possa vivenciar”, comentou a atriz.
As mudanças na representação vão muito além da tela, especialmente diante de ondas globais como K-pop, animes e longas-metragens como “Parasita”. Entretanto, Jacqueline enfatiza que essa luta também é sobre identidade: “Houve um período em que me afastei de tudo que tivesse relação com o que considerava ‘asiático’, tentando evitar que minha identidade fosse limitada e buscando pertencer ao lugar onde nasci. Demorou um tempo até eu perceber que a falha não estava em mim, mas sim na sociedade como um todo”, relatou.
A transformação cultural reflete uma sociedade que gradativamente se abre para narrativas mais variadas, uma evolução que Jacqueline vê como uma oportunidade para a indústria do entretenimento, especialmente em um momento em que histórias que celebram a diversidade se tornam bem-sucedidas. Hoje em dia, a atriz é uma das vozes que proclamam um Brasil mais inclusivo, abrindo portas para que novas narrativas possam ser contadas.
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